Engenharia Agronômica: Você está pronto para liderar a próxima revolução do campo?
- ESPD

- 11 de ago.
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Atualizado: 12 de ago.
Antes do alimento chegar à sua mesa, uma batalha silenciosa e de alta tecnologia é travada todos os dias no campo. Uma guerra estratégica onde o prêmio é nada menos que o futuro da nossa alimentação. E no comando dessa operação, está o Engenheiro Agrônomo.
Pense na Fitossanidade não como uma matéria, mas como uma central de inteligência. Imagine-se como um detetive de campo, cuja missão é investigar e neutralizar ameaças invisíveis: pragas que se adaptam, doenças que se espalham e plantas daninhas que competem por recursos vitais. Esses não são inimigos comuns; são adversários que evoluem, desenvolvem resistência e usam as mudanças climáticas a seu favor. Vencê-los exige mais do que força, exige estratégia.
O arsenal do agrônomo moderno vai muito além dos defensivos químicos. Estamos falando de drones que monitoram hectares em minutos, satélites que analisam a saúde das plantas do espaço, e laboratórios onde o próprio DNA dos problemas é decifrado. A biologia molecular não é mais um conceito distante; é uma ferramenta de ponta que permite entender as fraquezas genéticas de uma praga ou desenvolver uma planta mais forte. A guerra não é mais vencida apenas com a pulverização, mas com informação.
É aqui que você entra. O engenheiro agrônomo de hoje é um gestor de dados, um biotecnólogo, um estrategista financeiro e um guardião do meio ambiente, tudo em um só profissional. A profissão deixou de ser sobre apenas "produzir" para se tornar sobre "orquestrar" – orquestrar tecnologia, biologia e recursos para alcançar a máxima eficiência de forma sustentável. Não se trata mais de se vamos usar a tecnologia, mas de como vamos liderar essa revolução.
Para traduzir essa batalha diária em conhecimento, ninguém melhor do que uma profissional que está na linha de frente da ciência agrícola. Convidamos a Profa. Dra. Ana Rita Nunes Lemes, Engenheira Agrônoma com Doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas, para compartilhar sua visão sobre os desafios e as inovações que definem a profissão. A seguir, exploramos, a partir de sua expertise, o que realmente significa liderar a revolução do campo no século XXI.
O curso de agronomia é voltado para a formação de profissionais capacitados a atuar em todas as etapas da produção e comercialização agrícola, garantindo a produtividade. Dentre as disciplinas do curso temos a fitossanidade que é um dos pilares fundamentais da agronomia, visto que se trata do conjunto de práticas e conhecimentos voltados para a proteção das plantas contra pragas, doenças e plantas daninhas.
A produção agrícola enfrenta diversos desafios, entre eles o controle de plantas daninhas, pragas e doenças. Neste contexto, os produtos químicos (herbicidas, fungicidas e inseticidas) continuam sendo ferramentas fundamentais no manejo de lavouras.
O uso destes produtos exige conhecimento técnico e atualização constante, uma vez que os desafios evoluem com o tempo, como o surgimento de organismos resistentes, mudanças climáticas e demandas por produção sustentável.
Por isso, as pesquisas científicas nesta área são cada vez mais estratégicas para o futuro
da agricultura. Essas pesquisas são realizadas tanto em campo quanto em laboratório, buscando sempre soluções para manejo de resistência bem como desenvolvimento de novos produtos. Na prática, envolve diagnóstico correto de doenças e pragas; manejo integrado de pragas (MIP) e doenças (MID); uso racional de produtos químicos, monitoramento da resistência e desenvolvimento de novos produtos.
Uma outra área que auxilia muito nestas pesquisas é a molecular, que também é uma área que o agrônomo pode atuar, com o objetivo de facilitar e agilizar as pesquisas envolvendo herbicidas, fungicidas e inseticidas. Os avanços da biotecnologia e da biologia molecular possibilitam entender a fundo os processos que ocorrem dentro das plantas, dos patógenos e até dos insetos-praga.
Dentro desse cenário, o papel do profissional agrônomo se torna cada vez mais
estratégico com objetivo não apenas de controlar pragas, mas fazer isso de forma inteligente, econômica e ambientalmente responsável. Para os futuros agrônomos, conhecer e dominar essas ferramentas será essencial para enfrentar os desafios do campo com inovação e responsabilidade.

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